O modo emocional de ver o absoluto
veio do sono aflorando dos olhos vagos
ouro sonâmbulo pendurado da pálpebra
amanhecer enterrado na pupila da pedra
sob vidro do id clamor cego pulsando
esclerótico lampejo vige na íris sedenta
oníricos vestígios da insânia no púbis rastejam
da alma a recrudescer como infâmia e desejo
pássaro (seu voo histérico e audaz)
arco-íris de asas como parábola balindo
moléculas de borboletas (leves hélices aladas)
e o porco quântico das pétalas sorvendo
néctar de estrela despejando
da boca do jorro sem lamento lenta distância
ou da extremada botânica fios de linfa
(da palavra-no-poema).
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