De que sopro, de que FIAT Deus faz-se?
De fragmentos do fogo roubado veio o homem.
Cavalos frios atropelam o inverno.
Da respiração das estrelas extrai-se lume às pencas.
O putrescível não perece.
A eternidade é podre?
Quem não jogou o segundo tempo da infância?
Do adro ubérrimo brotou
um pátio maduro e da adega
o espumante brilho do lábio
e a seiva da noite derramou-se como vômito
sobre a colmeia da manhã lambuzada de luz
golfos de luz assediaram
a baía escura e o baú da sombra
abriu-se como uma porta estreita
e foram como ângulos de água
num drinque eterno martelados
numa coquetelaria geométrica
e brindados a árida estrada e incerto rumo.
Surto de pérola, fugas de água
luas encaracoladas, anéis confusos
tecidos vermelhos, terres sujos
e a placidez da hora em torno
de vorazes universos, de infernos
e extremos azuis.
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