Embora inacabada a brancura dos claustros
extasia o ser e afasta e penúria de si.
Alto ou baixo o sol se atira sobre o vasto
silêncio do claustros e enfurece as sílabas
e defenestra o século pela janela
abandona cômodos e trastes do grito
os joelhos da voz inocenta e cobre
a alma como o bramante ao corpo.
Não cessa o silêncio e como um monge
se apodera dos cantos e das estantes
se por pouco se dilui no espaço escuro
é que se adensa no longo curso do silêncio monacal
é irmão da noite e do dia ambíguo
amigo a refazer-se como um ventre.
O silêncio do claustro é casto e velho.