Uivos de cimento abalavam a catedral
discursos de incensos se diluíam das máscaras.
Voz dos ventríloquos vitrais
búzios e prismas humilham.
Amestrados pela pele infinita dos ares
florões sonham com abismos vastos.
A flor do frontão se faz pássaro
o trino do órgão alucina a luz (que trinca)
e se locupleta dos corpúsculos do núcleo
para inteirar-se (e ser lume de altar, órbita de Deus).
Barro se abre em cripta
(porque Deus é de barro também).
Tombam os touros da lua
em hecatombe lenta.
Salvas (sobreterrinas) silenciosas se ofereciam
dorsos luzentes e parcos
perfumadas de humano arsênico
(irmanada a amoníacos)
sopas de viandas raras
e cremes nacarados, tudo
temperado à antiga
(com inconscientes especiarias).