Poemas em que esgrimam ambíguos leitores
prélios insensatos de alfanges ermos
nus de que poetas constroem catástrofes
e assistem ao nascimento de palavras.
Onde e quando a carência
encontra plenitude
o vazio encontra eco
o tempo se devasta e a terra
ressurge da desolação.
A linguagem deforma o poema
não condiz em redizê-lo
não consegue completá-lo
a impossibilia avulta
o maravilhar do verbo excede.
A energia do desejo de ser
se espalha poema
nela se espelha o poeta o poeta
abrindo interminável poema.
E não junta os cacos do significado.