03
Dom, Ago

Poemas
Typography
  • Smaller Small Medium Big Bigger
  • Default Helvetica Segoe Georgia Times

Escultura o homem

com pá do sopro o Senhor

a seu relvado peito ata

reflexos do sol alevantado

e brilhos másculos

de pudico rubor reveste

Sua arte o Senhor

a delicada (e úmida) sedução do lábio

(de que Monalisa seria modelo retrógrado)

entreaberto a morder

seio da mulher dedica atento tempo (já criado)

o mor-Criador

 

que pela cera muda pedra casta

pareça que fale pele e peito ore

voz esculpida da garganta do mármore

assemelhe.

 

Dá-lhe, Senhor, esterno e mão de Mercúrio

coxas de Hércules puro

pernas aguerridas de Pólux

de Ajax veloce rapidez na pegada

da erótica batalha pelos trunfos do orgasmo

 

 

astúcias de Ulisses (ante Circe, Nausicae, Penélope)

(loucura antiga de Dioniso)

e sobretudo ânsia de anjo.

 

Dá-lhe, Senhor, espada para guerra do amor

Fá-lo, Senhor, algo que lhe enrijeça o sangue

zele a beleza do homem, Senhor

esculturando-lhe falo intenso

emoldurado de sulcos e nervos vastos

cilíndrico e potente bastião de carne

entre pernas amuralhado pela pelves

assemelhado a canhão e bateria

lance luz de sêmen

para que do escuro útero adentre

e óvulos acerte. Como semente.

 

Na foz das pernas

em estuários de pentelhos

crinas onde repouse amor fêmeo

(e o feminino matagal encontre

coxim e umidade ardorosa)

órgão delicado ereto esculpa

Senhor da arte lasciva e bela

colorado do púrpuro ardor do sangue

que o levante com o sol da manhã

à força lúcida dos testículos duplos

para que mulheres o contemplem

dele aspirem, nele cavalguem (e espojem)

infinitamente.

{jcomments on}

Murilo Gun

Inscreva-se através do nosso serviço de assinatura de e-mail gratuito para receber notificações quando novas informações estiverem disponíveis.
Advertisement

REVISTAS E JORNAIS