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Dom, Jun

Poemas
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jorro de água abata-me sede árida de ser

irredento até a saciedade do sublevado espírito

auge líquido de sombras de pedra, igreja de anjos

 

 

esdrúxulos recalcitrantes presa de osteoporose do espírito

indomado como os minérios da alma, agulha de palha, incêndio de lata

amarelo esgar do vômito, certeze de nada , tudo é putrefato

relva de vidro, folha de limo, sódio da morte, doce fel

ungir do cão, unção do sal, lugar da dor luzir do sim

verdade na manga,  agonizar de luz, idade da desventura

cristal solitário, adega escura, vinho posto, mostorápido

céu investido, eco gramático (do mar), antúrio

e garbo, penélope e safo, árido desdentado, a cal

e o fulgaragreste, unânime pesadelo, vertigem lúcida de

novembro, vício aberto (e redondo), tumba rômbica

túmulo sírio, sepulcro cálido, mausoléu de baralho e aborto

presença  vaga, anjo bêbado, raça escura, outono dos dedos.

 

à palavra rosnar

 

Lento crepúsculo de outono (e sua

sonolenta cor de abelha e ervilha

enlatada) há no teu rosto

de desventura e anos

de abandono

 

de teus olhos vem

rumo de luz extinguindo-se

 

pássaro de sono os circula

rua sem saída

túnel escuro

 

som mitigado de cansaço

ovulando

no sino ótico

da catedral dos olhos.

 

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Murilo Gun

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