Todo labirinto é profano, leva
a abissas entranhas e a fomes taurinas
a ócios esqueléticos e cios ou cones esgarços
leva a sombras, minotauros, sem-saidas
pátios frios (infervor portenho)
corredores obscuros (a velhas dores da estirpe)
hímens repartidos entre heróis sem ventre
a bibliotecas surdas e estantes
de livro sem folego
empilhados como tempestade
a cinzas, incêndios, desditas armênias
e a dilúvios de fogo recalcitrante
todo labirinto leva a mim.
todo labirinto é oligofrênico
especialmente os do meu cérebro esquerdo.
Marobóduo atrasado nu no Danúbio
de tão desesperado
(no sítio hoje Áustria
aquem do azul rio da valsa)
roga a césar Tibério exílio ou amparo
(arrego ao infortúnio da hora).
Este dá-lhe veredito infame.
E põe sua cabeça
num troféu de elefante.
Marobóduo rei bárbaro general germânico
que investiu contra Roma de Tibério
e perdeu a apólice da vida
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