O peso de uma pluma de chumbo
o da pena de níquel da mão escritora
o peso penso da Torre de Pisa
o do punho de Galileu a mover sol
o do mercúrio com que Torriceli mesurou
a pressão arterial do todo
e o peso da consciência culpada do mundo.
Tudo não vale um prato
da balança que pesa almas.
Néscios comensais
(fartos da necedade jamais)
corações bovinos devorados
rins de carneiros irlandeses fritos
vascas do sol
sal da terra subjugado.
Tudo o que aturda o desejo
ataúdes da janela à espera
de comprador triste
frêmitos noturnos, vômitos elétricos
orgias dolicocéfalas
tudo de que frua o homem nego.
Qual o peso do pesadelo da palavra: o poema(?).
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