03
Dom, Ago

Poemas
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Vital violenta o verbo. Manipula a palavra a seu bel

prazer. Estupra a pobre gramática. Infelicita a sintaxe.

É um marginal. Usa a coitada (vítima vital) da

 

 

palavra de modo desconfortante inusitado, dobrando-a

como palha, reduzindo-a a pó filológico ou agulha vadia em suma

arruína-a para desconforto e exasperação dela

(a palavra) e inconforto para leitor dela (coitado).

Repito: estupra o verbo diariamente, página a

página, da malchamada Poesia Absoluta (ilusão).

E indecente. Evital, mesmo. Ele imprime à

palavra manuscrita (por suas mãos débeis e

pálidas) novos e desconcertantes sentidos. Sem

muito tato, se tanto. Qualquer gramática decente ele

deforma, vicia, desvia. Violenta o coitado do

significado, tão probo, calmo, exato, conceituoso. (Vital

é mesmo preconceituoso, sem dúvida de sombra).

Além de devorar, ou melhor, imprecatar e violar

o sagrado sentido das coisas, torna-o (a este)

espúrio, impredestinado. Provoca (vital) a loucura

na e das palavras. Tortura, sim, repito, o verbo.

Desgraçada, impiedosa, brutal e claramente

desavergonhadamente, sempre. Que os leitores se manifestem

(mesmo vão a ruas das páginas) protestando

contra tal ignomínia com

as palavras e o sacro (denotativo, puro)

sentido delas.

Confirma vitalmente a Alberto Lins Caldas:

“VCA é completamente louco”. Aleluia.

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Murilo Gun

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