Mauro Mota
Insólito, agressivo,
de pudor botânico:
cacto.
Espantalho
da chuva,
bendito xerófilo,
multiapunhalante.
Mãos ásperas
lixam o tempo.
A língua
dura e espinhenta
lambe e fere
o ígneo vento.
Cacto de aço
verde árido.
Mas
com o pranto nas raízes
e o impacto cromático
da flor cactácea
que se
abre neste mormaço.
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