casta, de Poesia Absoluta
deparar-se com o futuro
na próxima esquina.
Isso não é ilusão ou ficção.
É sabedoria.
Quando as multidões sumirem
desaparecerem as hordas opiniosas
as massas morrerem, o mundo
será habitável.
A futilização existencial
ou a teologicalização do corpo
produzir (cada um a seu modo)
delírios opacos é válido.
Minha visão do futuro e tão clara
profunda, arrepiante, horripilante que se eu tivesse crianças
estrangularia-as imediatamente. Como a genial
criança do Thomas Hardy no seu famoso romance
Judas, o obscuro.
Cioran ao discriminar o suicídio
(que sua filosofia oferece em bandeja apropriada
em forma de elegante manual do suicida perfeito)
pontua: “dado que os supostos ou presumíveis
suicidas não têm nenhuma razão de viver, porque
teriam razão de morrer?
“Eu tenho pensado em todos que conheço
e em todos que não mais estão vivos
e há muito chafurdando entre vermes e ossos
em seus caixões deteriorados”. Cioran
O futuro é vão
o presente inacreditável
só passado existe (porque passou).
E é acreditado graças ao historiador.
O limite da linguagem não permite dizer
da insignificação do ser.
Abaixo o neorreparnasianismo refinado
elegante, primoroso, de imagens novas e rimas torvas.
Reduza-se leitor de poesia não (nada) absoluta
à simples e automática surdez. Só.
Por que organizar velórios estúpidos ou estupendos.
E não só se livre do cadáver (que nada sabe)?
“Oh, como eu gostaria de ser vegetal
mesmo que tivesse de usufruir com gosto
da merda humana para escrever”. Cioran
A poesia absoluta realmente
não é nada romântica.
Nem relativa.
ESCOLHA!
Felicidade ou prazer?
Utopia ou realidade?
GOSTO
Gosto de passear sobre os destroços
ossos, esqueletos e resto das utopias
amontoadas como lixo moderno.
AMOR
Louvo o martírio. Amo-o.
E o PIB da psicose no Brasil
a quantos anda?
CRENÇA
Acredito no novo começo
do desreino do homem sobre a terra.
QUEDA
O céu caiu. Abaixo da crença.
Quando virão os novos bárbaros
não da música brasileira
mas da Europa decadente?
Que se apressem. E se lembre (você, leitor)
da recolonização arbitrária do Brasil.
No futuro derrotado do homem
o seu renascimento, se houver, serão os párias
que terão a prioridade, seguidos
dos turcos e mongóis.
A podridão humana se disfarça
é a máscara do tempo, cheira bem
como um morto perfumado.
Com o advento maior
do fim da história
quem serão os herdeiros
(reais ou não, legais ou não)?
E se o apocalipse da história ocorrer
antes da vida (segunda) de Jesus?
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