03
Dom, Ago

Poemas
Typography
  • Smaller Small Medium Big Bigger
  • Default Helvetica Segoe Georgia Times

Deste alado rincão donde

luz da colina vale beija

páramo de pedra olha o céu

 

 

 

brota Garanhuns de um súbito

faça-se de Deus verbo e pedra

como brota brisa

ou pássaro anun

da brecha ereccion

ou surja da brenha de pedra do planalto

da majestosa Borborema.

 

Ele esboçou sinuoso Artista

quedas e levantes

coreografia de ave e chã

e de Seus suspensórios de pássaro elevou

alto alado lugar que de chama

Garanhuns.

 

Advem a beleza do cálculo de sibilas

e do espumoso esperma de Zeus

do testículo móvel dos etílopes

ou das sandálias de Empédocles

advem a beleza do viço triste de Ovídio no exílio.

 

Estátuas de sono névoa lapida

traz à tona límpida

sua marmórea ressonância

o peso da sombra paira

em suas pálpebras de pedra e baila

sobre silenciosos dorsos dos dardos

do destino imersos na madrugada do instinto.

 

ANTES

 

Antes que o crepúsculo nos dilacere

e surdos ardores se dispersem

antes que a noite contorne

oprima o espírito

vamos ao amor urgente, amiga

e solitária ainda, sem temor ou remorso.

 

EPTÁFIO DO MILÊNIO

 

No mármor da amargura

deixo inscritos a ilusão e o desespero

e no ar esculpo sonhos

com cinzeis de cinzas.

 

 

DÁ-ME MIL BEIJOS, E DEPOIS CEM

DEPOIS MAIS MIL. E AINDA CEM

(Catulo, vate latino, de Antes de Cristo)

 

Vivamos e amemos, sabendo

que um níquel vale

os murmúrios dos velhos mais severos.

 

Sóis podem morrer

porém a aurora escreve sempre

claro nome sobre

escuro corpo do homem

sobre olhar humano.

 

Estrelas fecham as pálpebras

reabertas pela noite atenta

a álgebras puras se abrem

como rosas quânticas

na areia branca.

{jcomments on}

Murilo Gun

Inscreva-se através do nosso serviço de assinatura de e-mail gratuito para receber notificações quando novas informações estiverem disponíveis.
Advertisement

REVISTAS E JORNAIS