Se a morte for bela mulher jovem porque eterna
fêmea negra e poderosa
de ancas escuras e atentas agudas
se nos olhos mortais trouxer trevas azuis
tentarei beijá-la
oferecerei os préstimos
de minha alma erótica
o paraíso
do meu espírito ereto.
Eram templos azuis teus olhos
neles orava o abismo
ajoelhado ante o ébrio / esplendor da íris.
Céus, rios de luz feridos, lançavam as pálpebras / a teu rosto de anjo
e reluzia a face / sob guante agudo e abisso.
O mundo traía reflexos
Eu me via neles / como narciso cínico.
Nos teus olhos lagos recolhiam profundezas
do abismo de olhos azuis.