O rosto já não resiste
à hora que o sulca como trator.
O pranto já não umidifica
a seiva já não serve
o fogo é débil
a chama rota
ermo o espírito
a arquitetura do ser desaba
tudo é detrito
tudo é naufrágio
nada resta do rosto
nada resta da alma
só permanece e carne flácida
e o que permanece apodrece.
Quanto crueldade leva luz
a iluminar a morte
declará-la como estipêndio
de viver a claridade livre de ser.
A carne adere ao cerne
se agarra ao uivo da manhã
enferma a alvorada
contagia a puberdade.
O que negas constróis
o que te falta
em mim sobra
sou quimera
tu, mera harpia.
(Do cilo Azul 2){jcomments on}