03
Dom, Ago

Poemas
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O rosto já não resiste

à hora que o sulca como trator.

O pranto já não umidifica

a seiva já não serve

 

 

o fogo é débil

a chama rota

ermo o espírito

a arquitetura do ser desaba

tudo é detrito

tudo é naufrágio

nada resta do rosto

nada resta da alma

só permanece e carne flácida

e o que permanece apodrece.

 

Quanto crueldade leva luz

a iluminar a morte

declará-la como estipêndio

de viver a claridade livre de ser.

 

A carne adere ao cerne

se agarra ao uivo da manhã

enferma a alvorada

contagia a puberdade.

 

O que negas constróis

o que te falta

em mim sobra

sou quimera

tu, mera harpia.

(Do cilo Azul 2){jcomments on}

Murilo Gun

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