Depois de inúteis milênios
de rastros, soledades, estações
depois de ministérios e migrações
de desesperos e admoestações
depois de mortes aborrecidas
e tintas enamoradas
depois de manhãs porosas
de breves sentimentos e ais marmóreos
depois da cifra dos sofrimentos
e das tardes inconclusas do corpo
depois das devassas acácias do pátio
dos prantos de pedra, das sonâmbulas pias
de azulejos bentos e choros ácidos
depois dos labirintos, das caravanas e bacias
de areia e tâmaras
manhãs de incerto azul
em teus olhos passeiam.
(Dos ciclos rímicosLivor e Palor)
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