03
Dom, Ago

Poemas
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Na profana ágora, adro castanho

praça em que poreja  multidão

a um crucifixo de metal fidelizada

agora jaz luz de vela lívida

em soberba bacia submersa

cercada de cactos e agrotóxicos

 

 

dos negócios da fé e do perdão (cura e usura)

das vidas sonegadas no aluvião do lucro

incessante como oração

que do lábio como  milho reboa e ensaliva

e extática (ou falsa) prostração  multiplica.

 

Da pátena de que lábios crus beberam sangue

como vampiros reste impune sombra, vinho hipócrita reste.

 

Toda essa festa imperdoável: baixou o preço da compaixão.

 

 

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Murilo Gun

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