Coros de nostalgia
cria nas cigarras o crepúsculo
com lençóis e remédios
Coros de nostalgia
cria nas cigarras o crepúsculo
com lençóis e remédios
O declinante tempo não apressa o poema
o verso virá do espaço da página
não das ilhas ridículas dos ritmos azuis
Deixei de beber, confesso.
Afirmo, digo e assino embaixo da voz.
Turbas urbanas abandono.
Em busca das agrárias nascentes
e dos demônios rurais entre amêndoas adormecidos.
Do pasto celeste vivem Deus e as estrelas
e da colheita de porcelana da alma os santos
(como D. Hélder Câmara e Dom Vital,
Poema desidrata-me veias, árido ato único da energia de suas águas abstratas, rimas morrem em meu rosto que nunca termina, o último solitário sal já não me acena, sinal de que a terra me desdenha, finda quase o destino, a ânima nada amena me estranha, talvez não, sim...
à atenta loucura dos homens partidos
a momentos de náuseas e carnívora ansiedade
à poesia, essa selvagem fábrica de metáforas.
Vital Corrêa de Araújo
Aos leitores do site Poesiabsoluta no âmbito da coluna Paradoxos e provocações literários, trago a questão do significado em poesia.
Fui ao equinócio da alma
à serra onde o espírito repousa
a páramo onde Deus durma
Nas ansiosas reentrâncias da palavra acredito.
Estranho galáxias.
Estupro estrelas.