Entre céleres crateras do mais ávido vinho
assiste-se Anacreonte proclamar o amor
a beber rapazes jônios
Entre céleres crateras do mais ávido vinho
assiste-se Anacreonte proclamar o amor
a beber rapazes jônios
A Marcus Accioly
Eu escrevo poesia porque vou morrer.
Porque a eternidade existe para a pedra
Ela vinha com músicas do meio-dia
nos soltos cabelos
Clareza e obscuridade em poesia são conceitos relativos.
A palavra anima a coisa
(não a alma)
retrata-a mas completa
São brisas a lápide, tábua
onde vento escreve o nome
o fumo dos incensos esculpe o rosto da pedra
Vital Corrêa de Araújo
Avós, a morte os levou. Resta-nos não ser lavados (no IML ou num hospital, caro e imoral). Precisamos saber. Viver.
Manoel Neto Teixeira
Vital Corrêa de Araújo, poeta/escritor, com domínio pleno da linguagem, no duplo mister, se enquadra perfeitamente na concepção de que a poesia moderna é mais que uma técnica, uma religião, talvez uma revolução original e definitiva.
A sombra do cântaro, o rastro
do touro na tarde do corpo
Sthéfane Mallarmé, um dos fundadores da modernidade poética, se obstinha em não agradar aos leitores mais sensíveis, viciados no facilitário da compreensão. Exigia pois do seu qualificado (e bastante inumeroso) leitor, suor compreensivo.