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Dom, Ago

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São 17 elegias, longas, complexas divinas, noturnas. Escritas em duas fases, a primeira nos anos 1909/1910,

a segunda ao longo dos 10 anos de silêncio rilkeano, nove delas produto da explosão lírica de fevereiro de 1922. A partir de certas anotações e fragmentos, de explorações líricas e fatos concernentes. Foram nos dias 2 a 5 de fevereiro de 1922 em que se concentrou o esforço e impulso finais para o acontecimento lírico vital do século XX: As Elegias de Duíno, algo equivalente à Terra Desolada e Ulisses.

 

Ao conjunto dessas partes fragmentárias embora constituindo uma unidade poética nos termos da lírica moderna (do século XX) Rilke denominou Die Diuneser Elegien. E concluiu a carta ao editor com essas palavras: “que você tenha permitido fazê-lo e aguardado tanto com paciência os 10 anos de trabalho, agradeço”.

Nos dias seguintes, possuído de euforismo sem limites (como bom bipolar), Rilke anuncia o término da obra lírica às amigas e protetoras.

A 10 de fevereiro de 1922, comunica o fim das Elegias a Madame Wunderly-Volkart. A 11, à princesa Thun und Taxis, uma das mais nobres e ricas (e belíssima) da monarquia europeia.

Rilke trilhou ao longo dos 10 anos de silêncio criativo o caminho sublime da criatura e alcançou os limites do indizível.

Além das Elegias, Rilke reuniu e concluiu os Sonetos a Orfeu.

Rilke não escreveu as Elegias numa ordem cronológica, mas obedecendo às  forças do sublime impulso lírico que o acometiam. De 12 a 15 de fevereiro de 1922, produziu o texto Carta ao jovem poeta, magistral peça literária que se coloca ao lado de Malte.

Entre a décima e a quinta elegias (findas em fevereiro de 1922) Rilke produz Carta a um jovem poeta, que se tornou best-seller no século XX.

No caderno de registro e fragmentos das Elegias, onde foram anotados o histórico e as versões da décima e o final da quinta elegias, Rilke diz recordar Verhaeren (flamengo e imenso poeta falecido em 1916), que se acha diretamente na origem da carta imaginária a um poeta jovem.

Registros de várias consideração de Rilke sobre a questão homossexual problemática na época, que atingiu Oscar Wilde, Rimbaud, Verlaine e outros, encontram-se nos cadernos que eram os borrões das últimas Elegias, Rilke diz: “ Por que fizeram do sexo uma coisa sem fogo nem lugar, quando seria preciso transferir para a sexualidade humana a celebração nossa força “?”

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Murilo Gun

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