03
Dom, Ago

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À luz hermética do verbo vivo.

A loucura do poeta está na palavra.

Nas palavras que criam o tempo.

Não nas palavras que gastamos no tempo.

 

Inóspito verbo absoluto

 

Espere-te algo destoante

e vem algo destituinto...

o que é desconcertante.

 

Viva o desconcerto.

 

Felizmente, não há luar.

 

Hermética luz tudo ilumina

desde cantos áridos a canções de granito.

 

Dobrou o cabo do desespero

esperou o trovão em vão e golpes

de relâmpagos que não veio

(veio o vinho, veio a veia, a sede veio

e o uivo do aurifico veio)

ao vazio de si se transmudou

indolente e fatalmente frio perfurou

com propriedade o aicibergue do espírito

assaltou o arco-íris da lauda

vergou o lodo do delírio

sobre amêndoas distantos flutuou

o intimorato murmúrio buscou.

 

Servo do mar dos teus olhar

me alumio da volúpia de ser-te.

Dos teus olhos brotaram

labaredas  extremas encarnadas

(luzes de desejos rurais ou azuis)

e iodos vilíssimos brotaram.

 

E vinho vieram de teus lábios

(odres sedentos com dentes de orgasmo)

fontes osculares, oráculos de carne

a meus dedos líquidos.

 

Banhando teus seios eretos

pareciam maçãs de Eva

que Adão mordera.

 

As aréolas impetuosas

não sobraram em minha boca

(eslava e lasciva).

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Murilo Gun

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