Só vivo quando não escrevo.
A nudez dos dedos é adorno para seios nus.
Quando mais eretos, mais suaves seios.
Crítica surda à verdade lírica é defecável.
De tranquilas querelas
com a palavra solidão
(verbo utópico, preciso, urgente, ávido verbo)
vive a obra vitalina.
Poeta cria regras vesgas.
Na longa relva do céu estrelas
pastam luz sólida e clara solidão.
A culpa da crise é de Capitu.
E o peso desapareceu das coisas quando
irrompe com fervor e sem náuseas exatas
só com alto viço na lauda o poema absoluto
(não amais o viço da náusea, mas o hábito
do por vir do sentido absoluto se instala).
Num poema de ritmos vermelhos
contei a história da sombra
(dedico a Jung).
A imaginação literária em ato
o potencial imaginário do homem
atualizo em poema, realizando assim
a poesia é fração vital (e fractal)
íntegro fragmento, porço da experiência
do mundo.
Portanto, para poeta (para sê-lo)
não basta escrever verso
mas desenvolver a mais adequada
concepção do mundo, da vida, do ser.
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