A baixa qualidade da literatura brasileira, ao longo do século XXI, é inquietante.
Mais ainda, porque todos estão quietos. Consolados? Como, porquê? Não há nenhum nome, na área da poesia, do romance – e mesmo do ensaio, que detenha um âmbito um pouco maior que o regional ou mesmo estadual. Os da geração que veio (durante e logo após Jorge Amado e Rosa), hoje oitentões, pararam de ler – é veio o branco. Nomes tímidos (de certo valor estadual ou municipal) não detêmcacife federal (e nem mesmo regional). É de fazer pena. Isso reflete a baixa imaginação, preguiça mental, adaptação à fama pequena?
No campo da poesia, me estarreço ao ver o velho expediente, utilizado por futuros “escritores”, de começar pela poesia (que é fácil!?) e seguir forte, prosa afora. Publico uma coletânea de poemas (participantes ou meramente sentimentais), arrumadinho de rimas, sonetinos caprichados, lanço com espalhafato – e luz negra, sai foto no jornal, o nome circula, viro escritor. E começo o romance da minha vida. É o que chamo desvalor da poesia, em que esta é o sorriso da sociedade... e o poema fácil, bastando seguir as normas versificatórias clássicas e evitar o pecado-mor do pé quebrado. E pronto.
Isso já dura de mais. Ademais, não se vislumbra outro horizonte. Vive-se sob a égide do bilaquismo estendido e do machadianismoirretorquível. Machado é supremo. Todos os outros são inferiores. Os que vieram e que virão. Ninguém bate o imbatível Machado de Assis, como o Johnny Walker. Ao menos, em Pernambuco.
Já escrevi (e estão os textos no site poesiabsoluta.com.br) mais de 100 análises sobre a fraqueza originária da anacrônica poesia brasileira, toda de data vencida... evigindo como algo absoluto. Praticamente, 95% dos livros de poemas publicados contém zero poesia. E assim não adoça direito o verbo.
Se leitor não entende de imediato e totalmente o (um) poema ou se falta rima, não é poesia. É coisa “complexa” pra se ler com dicionário de lado. Não presta. É difícil e não tem rima.Não é poesia.
Graças a essa “situação”, meus últimos 12 livros, editado pela Bagaço, não os lancei, não os encostei em esqueléticas prateleiras de livrarias. Para quê?
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