Deus seria feito de monoaminas
é o que conclui cientista ianque meio ímpio.
A má música cria catarata no ouvido.
Deus seria feito de monoaminas
é o que conclui cientista ianque meio ímpio.
A má música cria catarata no ouvido.
Anátema de pedra achei na boca do profeta
É das incertezas da inteligência e desvarios da razão que vem o poema.
Toda clarividência é cinza.
O texto é livre, a vida presa do instante que é
o nada verdadeiro. Como a circulação do
sentido bloqueada é o percurso da palavra
Essa mania, essa anelo artificial de perfeição formal externa, essa arte de relojoaria verbal e ourivesaria rímica, essa performance métrica, esse lavor versificatório todo,
Rima vomito em cada esquina do verso
nefelibato entre cirros e estratos
a cada nimbo abstrato lanço verso alísio
à noite material da alma
à noite primal da poesia
Indizível felicidade me traz a noite do Retiro.
A modernidade do imenso me cansa
a monotonia do cansaço é imensa
a calmaria da água contamina a alma
Heras da tarde de Sartre árido
musgo de Balzar gordo
mares de Hugo. miserável.
Assim me deleito na votiva morte
Ao ânimo carcomido de mim
Este círio vertiginoso me venera
Com a matéria da insônia teço
relâmpagos de leite na lenta horta
do impreciso cais onde olhos naufragam