Quantas épuras destino encerra?
Aduanas são noturnas.
Noite egípcia.
Beijo vértice de nojo
Escárnio arma de covarde.
Uxoricida rato sem sarjeta.
Úmida e acetinada geometria da lágrima.
Sandália de Empédocles Etna cospe.
Pandora não guarda mais esperanças.
Só palavra caixa de greda abre.
No mesmo saco gatos rasgam-se.
Inverno esculpe lágrimas no rosto do Central Park.
Máscaras inspiram-se em rostos.
Alma não escolhe corpos.
Párocos depauperam domingos.
Provérbios abatem tempestades.
Vândalo depreda horizontes.
Tímpano teme prédica.
Lento cemitério de lince.
Átimo centro do labirinto.
Novela invenção de Ariadne.
Retornos são eternos.
Sono feito de pedra e abandono.
Cabe a morto desenterrar uivos.
Súbito paralisa o espírito.
A voltagem do medo arrebenta o límpido.
Usinas de greda ensombrecem o hino.
Tornam cínicas narinas carnívoros aromas.
O amor é o câncer
de nosso tempo
é a úlcera
dos sentimentos
o amor
diminui o homem.