Quero experimentar o crepúsculo dos olhos
(com comoção olhar a íris enferrujando)
a experiência de visão final (nítida)
o the end do eu (que não sei se dói)
do outono dos cabelos, da rebelada pupila
o descalabro vermelho, a fauce fala
do abismo, o esgar profundo profanar
céu inútil olhar
do ultimo balcão do mundo.
Pátios desabitados, deixar enlouquecendo
implorar por claustros infectos
mulheres, comê-las como se come pão
de lírio em outubro a ouvir rosáceas
esbravejar chusmes de vitrais
ou casulo de catedrais a beirar Deus.
e gôticas fragnâncias suspirando
dos agonizantes dias de hoje testemunhar
a queda apocalíptica, o desastre da eminência
como pároco último pecado embalsamando
com o analgésico ultima febre desbastar
Ou jorro de faróis lançar-se como vômito
impetuoso sobre máscaras escuras
a seda dos olhos a hora esmagar
como a osso de abelha mandíbula de crocodilo.
Contemplar o abdome da morte sem lasso ou lapso
assistindo a báteges de esperanças desaparecer.
Tudo o que imundo de escuridão o olhar
tudo o que não mais comova o coração
todo o pó neste inutilmente(até que o pó
Mercantilizar a piedade seria a solução
outra, atenuar o suicídio das rosas
ou incêndios de lírios atear.
Deixar cirzes arder. Unguentos dizimar.
E cruzes espalhar sobre o verão.
A incertos poentes oferecer sombras
penitentes e obscurecimentos pastosos da luz.
A rostos impor círios.
A alma expor martírios.
Com noturnas rosas salpicar os olhos
Adusar com brancos prantos
cemitérios de nemúfares
Ânforas de sol marfim sacrificar
á sede dos desertos sem glória.
Proibir gritos perante cegos silêncios
preito de luz negar a moribundos
a agonizantes facilitar o parto
o útero do nada escavado a brilhar
desbastí-lo melhor (o talude do êxtase).
Cada hectare de culpa abubar de perdão
ou desculpa para que a morte se apresse
e seu hálito de desalento frutifique.
as pequenas metáforas estripar.
Metafísicos sem destino ou inúteis podar.
Amor ao tempo deseleger.
Descrer de profetas persas.
A brâmanes dedicar sábados.
Tudo e mais a usura da palavra prover.
O útero do abutre é risonho.
O rir da treva escuro.
O céu dos pecadores reversara a culpa
O ombro dos deserdados é curvo.
O peso da mão de Deus ávido.
O amor industrial do eço afetivo
pleno de alicates cívicos( e ósculos tristes).
Depois do crepúsculo, além dos ocasos de pedra
encontro (embora não busque ou sonhe)
o poema parido ( no aquém de palavra).
A prata dos espúrios magnifica a praça.
A usura da vaidade, a coragem da glória,
A apreço da carne, o estipêndio
que devora o espírito, tudo é válido, voga.
Á noite autos se barateiam enquanto
murgem os semáforos ( e a avenida crus brilha)
O astigmátismo voa. Rosáceas de luz ( e névoa de zinco)
estraçalham os olhos.
A espressura da íris avulta
sombras pastosas e iluminadas se rasgam.
Pérgulas lentas eriçadas de lírios violentos,
residência de flores carnívoras e usura
se espalham como palheiros de agulhas
ou colírios de argueiros.
Habitados de lábios umedecidos de ira
teus beijos me devoram
(a boca e o falo).
Domingo de alumínio
num parque plástico desfrutei.
Na cantina após a igreja
barman anjo me serviu
duas hóstias e um cálice de sangue
e ador: bebe e crerás na ebridade de Deus.
Creio na eternidade branca da página
na alma da linhas
Na ressurreição da palavra.
na libertação do verbo
No barro da poesia.
Não creio na água nem na morte.
Nem nas febris silabas do pesar.
Nem no cântaro das sereias do asfalto.
As custas das contradições são altas
rótulas de aquiles estocadas
nos túmulos esquerdos não mais atiçam brilho
das graças frias.
Almanaques feridos, a veia do tempo exposto.
Sombras do mar da memória espreitam
as vértebras lentas da lembrança
da ira amorosa da vida e cloacas meditam
sobre a fétida beleza do intestino
do mundo à espera que enganos e dores nos curem
e odes a navalhas estupradas alteiem-se
ou incineremos o papel e o poema, a verdade e a máscara.
Só à velha morte vida deve
átimo em que floresce.
A abstração que perseque.
Do livro 2022 ( EU, O ID)