Côncavos ecos brotam de búzios cristalinos
infinitesimais delírios aliados a náuseas
do espírito com lapsos de loucura se irmanam
lugar geométrico da vida.
Silêncio se acumula nos ossos.
O eu é o elo do si com o outro.
Ecos do infinito capto
dos estertores da eternidade.
Edifícios de ar se quedam
do chão dos homens.
Enraízam-se do ar árvores de fogo.
Meus olhos inquietos sentem
a presença física do apocalipse.
Pássaros se avolumam em voos suicidas.
Das águas ágeis e lascivas de Dioniso
brotam sobressaltos e poemas íntimos.
Da pétala do tempo (flor transitória
como a breve rosa e a vida plena)
aberta em sombra e lábio, busco
desentranhar o grito presa da alma
do corpo escravo e senhor rápido.
Urro de ferro fende muros e corações.
Gomorra ama Sodoma.
E contraem núpcias apocalípticas.
Vendo em gotas orvalho
para uso culinário.
Gotas de luz de Mercúrio
saciam sede de Saturno dos anjos.
Os olhos de relâmpago são de ouro avaro.