O desejo nunca morre, nem o poema.
Aprenda geometria lírica
com os instintos urbanos de cimento arquitetado.
O sorriso já apresentava cinzas
e era meio que branco envelhecido
por instantes de pedra.
Aprenda em poesia a ver e ouvir o silêncio.
A poesia vive dos lábios do mundo
À educação comatosa. Petrificada. Brasileira.
Educação de embutidos.
Como desvendar a vida
e sabê-la de verdade
se não através da poesia?
Pulsões de volúpia amada.
Questões de pura lascívia.
Poesia não resolve.
A solidão precisa ama o desejo.
Sós. A solidão longa e o desejo próximo.
Moderna, só a morte
ou enfermarias técnicas que adiam cadáver.
Por razões de usura médica.
Um moinho sem fé.
Uma usina de ilusão.
Um dínamo impotente.
Um tempo morto.
Ao insepulto ocidente tardio.
A um outro tempo poético mas veloz e
lentamente partido em segundos mas inteiro
desvelo o verbo, porém
não meça ou desaproprie a fagulha
se não impedirá o fogo (que habita a brasa).
Veludo de abeto e pelúcia
fluxos e reflexos da ilusão
cosmética dos rostos.
Espelhos não contêm só ilusão.
Tempo de espelhos enterrados
sob reflexo da ilusão de vidro.
Os cânones nostálgicos do poema mortos.
Não, à unidade de estilo, tudo
à mescla lírica de Merquior.
Tempo de nossa morte sem amém
e do amor do outro vivo.