Peixes ouço a pratear água rápida
uivos sãos dilaceram-me tímpano vão
escuto confissão de um radar irmão
secreta emulsão de litúrgica eletricidade alemã
ou escamotear líquidos sólidos de uma pilha
da alma geometria de víbora.
De tuas mãos ebúrneas esbórnias correm
algo nu me arrebata côncava noite alta
pela nua cintura me fixa como pústula
círculo de febres e súplicas me protende
atra sibila me aferra a sina
gonzos dos portões do paraíso me enlouquecem
o sino e o martelo como auditivo precipício soam
até que vácuo luzidio me empunhe
nome como anônimo troféu.
Se o tempo é plúmbeo, por que não morro?
2002