Para aquele destituído por completo do que se denomina (bem ou não) intelectualismo, a poesia absoluta não é. VCA
Para quem aquiesça com a filosofia, adore falácia (bem passada ou não), cultive coisas órficas às dúzias ou adjacentes e goste de algum sal hermético, no dejejum ou após leitura vespertina, a poesia absoluta é só obscura, claramente.
Na verdade, a vida, para os adeptos da (virgula) poesia absoluta, é suportável (minimamente). Mas minuciosamente admirável.
O poeta típico gosta de poesia fácil. Não me aplico a isso, sou poeta atípico. Utópico. Iníquo. (Como deus).
Poesia que emocione, vá lá, mas poesia incompreensível, estranha, fruto de trama de palavra impúbere, selvática, ininterpretável, absoluta, isso não!
Poesia absoluta é falsa, sim. Poesia relativa é fútil, sim.
O caminho que mais se aproxime de uma certa interpretação positiva da poesia absoluta consiste em seguir a senda da dúvida que o poema abra... e não deixar se conduzir a nenhuma certeza. Desconfie também de continuidades fáceis.