Ouço véu ondulante de Maia
bebo ilusão em cálices lautos (e cínicos)
vejo rosário cego
de que são tecidas almas e noites veraniegas
e tramados os segredos humanos
toco espumas divos sêmens
e a concha deslumbrante da deusa
aroma de ditirambo invade
minhas hínicas narinas, vou ao alfanje
com que abato touros e liberto labirintos
rumor do losango percorre o espírito
enquanto abro ventre de enigma do poema
e suas vísceras de palavra ofereço a Hermes.