A vegetação cerrada, crua, cambriana
deu lugar à calva, íntegro chão do sertão.
Que muros separam do mar (que virá).
Sertanejas ceias são firmes morenos seios.
Amadruguei dias atravessados de chuvas vesgas.
Fiz travessias de rios esquecidos ossos de água
e escassos como esses de insatisfeitos.
Percursos sob chusmas de estrelas duvidosas
a derramar-se dos olhos do céu (lágrimas de pedras brilhantes)
Luas marítimas do São Francisco pesquei.
E segui no barco carregado de insônias e carrancas
pela noite adentro e nua que ama mulheres noturnas.
Nossos rostos são máscaras mortuárias ou não.
Somos homens invisíveis de Deus. Utensílios rurais
do edifício maior.
Só as mulheres existem corporalmente (consequentes).
E seu lugar independe de decifrações
análises inexaustivas, fenomenologias, imperativos
e demais categorias analíticas menos serenas.
São labirínticas mas extenuantes (embora precisas)
as mulheres todas, esses seres à parte.
Ao lado da escarradeira lotada
domingo à tardinha
ela ficava olhando além do bric-a-brac estrelas imaginárias.
A pensar papoulas alopradas ou intransitivas.
Orquídeas escandalosas do seu rosto riam
e relâmpagos íngremes adormeceram
no tugúrio de suas inocentes gargantas.
No seu regaço pousaram cegas mariposas.
Claridade macia e sombra de mamilos
sobressaíram no novo verão da poesia absoluta.
Iam buscar mais luz (não mais para Goethe)
dos seios no corpo assolado dos verões
esses leões de luz faminta.
Dos seus colos saíram anjos azuis.
À noite inoxidável em que
as comportas do céu
e fornalhas do caudalosa inferno comungam
e se abriram a teus olhos cansados
a teus poros e espírito irrebelado.
Toda a prosagem esgotou-se logo.
E o poetismo não saiu do baralho.
Falharam caudais de fornalhas
e poros do espírito falharam.