Enxame de verbo estaciona na página
ágeis óleos e alecrins de palavra
perpassam a lauda
Enxame de verbo estaciona na página
ágeis óleos e alecrins de palavra
perpassam a lauda
Qual a cor do limbo?
O limbo é branco ou vermelho fogo
encarnado puro ou branco pálido?
VCA
Nunca descobri como vim a Holderlin. Algo me fez ressoar seu nome, creio, quando de minha primeira estada na Alemanha – quando fazia o curso de Inteligência fiscal, em Dusseldorf, Haan e Solingen (por alguns meses).
Exercício de imaginaria ou engenho do id vital.
Pressupostos do poema:
a poesia absoluta é um ponto de chegada
O etéreo (e seu empório distante)
não se digna de inclinar-se a nós.
Pobres humanos, criaturas da penúria.
Aquedutos, ginásios, valas comuns
covas lúcidas, coivaras trêmulas
idiotices novas, honras noticiosas
amores enfermos
E o peso desapareceu das coisas quando
irrompe com fervor e sem náuseas exatas
só com alto viço na lauda o poema absoluto
Toda a sequidão do ser serve (a quem?).
O árido é furioso. Funesta face seca.
A crueza da luz. Não impede a sombra.
Escritura solitária e viva pratico
votos de solidão rendem poemas altos.
A tendência do fragmento me salva.
Só vivo quando não escrevo.
A nudez dos dedos é adorno para seios nus.
Quando mais eretos, mais suaves os seios.