Jamais esquecerão minhas retinas fatigadas
do quando encontrei na rua nova
(indo eu em direção da ponte da Boa Vista
num sábado esquecido à tarde defronte)
uma geometria bêbada (talvez viesse do
bar octogonal a esquina). Era um quando
escuro, mal vestido, por acaso, inapto
sem cronologia aparente e relógio surdo
e um pouco revoltado – percebia-se bem
e com as superfícies adustas do tempo.
A esse quando (soube-o por um como amigo)
Não interessavam horas ou fatos avulsos.
(Dedico este texto à eterna
fugacidade das coisas e do si).
Pois a linguagem é maior que a realidade.
A poesia a. é a mídia que media o mundo.