O poema absoluto constitui o leitor. Porque é algo novo no caminho (acidentado) da palavra. O que qualquer leitor relativo faça é seguir passos já dados, repetí-los. (O mesmo se aplica como luva de pelica a poeta relativo).
Reencaminhar os passos antigos, resseguir os velhos mesmos caminhos não adianta, atrasa.
Quando o futuro impele a novos leitores com absoluta sensibilidade (do futuro) a novos pródromos poéticos não se pode recusar, recuar, escafeder. É preciso abraçar o porvir, logo. É inimaginável o êxtase estético (além muito do orgasmo) ao se ler Lezama Lima, Murilo Mendes, CDA, Perse (São-João Perse), Cioran (Emil), Séferis, Aleixandre, Jorge Guillén, Salvatore Quasímodo, Montale, Elithis, Rilke, Ramón, Jimenez (destes, 8 receberam o prêmio Nobel pela obra poética). É meu mentor poético Jorge Luiz Borges.
Se o leitor não detiver o potencial de ir muito além da leitura imediata (em busca de compreensão fácil), factual, positiva, não é leitor. Não é constitucionalmente leitor nenhum. É uma inconstante leitor amador, amarrado com rimas ao passado. E a alguma da rima é indesatável. Incapaz de ufrar e decifrar a sintaxe nova. A síntese fixa é reacionária. O poema absoluto estabeleceu uma sintaxe móvel e propulsura do futuro da linguagem. Leitores relativos (coitados) não têm consciência do mundo, além dos limites dos sentidos idiotas – e lábeis – Vade retro.