Coros de nostalgia
cria nas cigarras o crepúsculo
com lençóis e remédios
cobre relógios
o ângelus dispara
das praças arcaicas
dos átrios interioranos
às casamatas rurais abre
tinta pátria do coração
sonhos vesperais, miudezas
baralhos paralíticos, copas cegas
move o dia para a noite alta
desperta máscaras
acorda fantasma e pressentimentos
amarelo alberga
cortina das estátuas afasta
ilumina a imaginação noturna
cabedais de tristeza
e luas dissolutas acolhe
no olhar entardecendo.
Abre pálpebra da noite o crepúsculo
sol violenta pupila
encarcerada na manhã nascente
fonte da ira calóricas o ocaso
esparsa sombra e sonhos
cremas antes da hora.