02
Sáb, Ago

Poemas
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Ama o doce macio e a sombra fresca

do milho (a bonecar o brilho)

devoto da mística inconsciência

e do rumor branco do bocejo rude

e franco, do olhar secreto

 

 

e da selvagem íris flui

luz ovalada e veloz

da treva lá fora resta uma horda

a Érebo olfato negro devota

e à fúnebre servidão do dono se dedica

sepulta o sonho e recolhe

esfinge a brisa egípcia

faíscam dentes presa

da incrustação das mandíbulas

sobre escura voracidade plena

cintilação macia da amêndoa pupila.

Se estende ao rosto fecundo

da injustiça árdua de Anaximandro.

Abril 2013

 

 

 

 

 

 

COMENTÁRIO À ALTIVA SERVIDÃO

 

VCA burla o tempo astuto Ulisses.

e ríspido tenta

consegue até extrair todo

todo o sabor do texto

numa voragem inaudita ainda

de proliferação terminológica vital

de escritura sem incenso que ovule

e gere o mais impreciso possível

texto poético insofrível

cuba de ovos de verbo

a indelimitar alma e página

Vital é implausível contudo

nesse poema inacabado e puro

nele a forma é condição vital

do conteúdo.

 

NOTA: Observe-se que no texto comentado, a ambiguidade é intencional e pura. Preza-se uma irrecorrência de sentido.  É vital poeta não estar nada consciente do sentido, que outros (críticos, leitores) encontrem em seu poema.

Murilo Gun

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