O império da forma poética é tanto mais
transitório quanto sua fragilidade ante os debácles
que representem (ou espreitem) os avanços do pensamento (não da
economia). Dialeticamente, ela (forma) gera o seu contrário
para com ele medir forças e gerar seu sucedâneo, que
pode conter muito pouco, quase nada, nada dela, dependendo
de sua fragilidade ou fortaleza. O caminho
de negar o embate, atacar o seu contrário (que não
propriamente a contrarie mas – por uma etapa - demonstra
que há opções, mesmo radicais, à sucessão).
A fuga ao debate, a falsificação de sua posição, a atitude
de soberba e indiferença é sinal forte da fraqueza
da forma poética dominante. Que
ela não tem porque ser. Passou. By, by.
“A poesia absoluta não é inocente (parva, cauta, solene
não é casta, furiosa ou preciosa embora indefectível e substantiva)
porque nos endereça diretamente à vertigem, nos
conduz aos novos círculos do inferno da forma, nos
dirige (o id) e nos encaminha ao abismo do real”.