Vital e aventuras (amaras ou não)
desaventuradas da vida
Vital e aventuras (amaras ou não)
desaventuradas da vida
Ó velhos espelhos
por que me estampais?
Fruto e inútil
Pesas como fogo
ou como o orvalho.
És luz que rende-me os olhos.
Todo labirinto é profano, leva
a abissas entranhas e a fomes taurinas
a ócios esqueléticos e cios ou cones esgarços
As bordas do precipício eram escuras
poucas vezes a beira era roxa. Um tanto afiadas ou mofas.
Mas discretas. Não porque abauladas
porém sinceras.
Para navegar no rio das veias
(com ajuda do gajeiro coração)
e pelas artérias de fogo descambar
é preciso compreender as constelações
jorro de água abata-me sede árida de ser
irredento até a saciedade do sublevado espírito
auge líquido de sombras de pedra, igreja de anjos
Estas palavras estavam anotadas em minha alma domada
com letras redondas e estéreis
(que a eteriedade das coisas
propicia ou revoga)
ao leitor
e ao lençol de sêmen
Vital lei selvagem
Ao acaso dos cães
à final partilha dos ossos
(aéreos ou não)