Busco arquétipos de teus olhos no azul
vazio da vida
ou na incansável íris do abismo
Busco arquétipos de teus olhos no azul
vazio da vida
ou na incansável íris do abismo
Baronesas cruzam
em procissões flutuantes
pomposo cerimonial
sob guante do verde
Agora, poeta com aspas (inicial) nasce mal
como poeta e, cesariamente, vai ter-
minar pior como não poeta.
Os ossos do verão expostos
(como vagina ou orvalho)
à sombra do monturo do amor
pareciam fêmur do sapo
Europeus os fundaram (mesmo antes de Deus eram)
embora os pátios assírios fossem assombrosos
e a torre da babel era cercada deles (e de poliglotas)
Creio no papiro e no escuro (sou poeta)
fluxo de lágrima movediça do pranto
lírico (e irremediável) não aceito.
Lua pálida em céu férreo boia
e bombardeia de luz flácida
chão inocente.
Pátio são lugares esplêndidos geralmente dominicais
sítios geométricos e lageados marcados
por construções servis que o rodeiam
Há algo do sal da vertigem que cultivo
junto à madeixa deixada na escuridão
rente à folha da relva truncada
Gritos bebem dos vasos de silêncio
cheios como barrocos muros da carne da tinta
ou do sal do fervor dos ventes.