Frias medulas de cães, cansaços brancos
rostos vermelhos de morangos mofados
lentas cores de framboesa, quilhas, joelhos
Frias medulas de cães, cansaços brancos
rostos vermelhos de morangos mofados
lentas cores de framboesa, quilhas, joelhos
Anjos gotejando do céu
por divo zelo paridos
do negrume da gusa liquefeitos
Creio nos tamarindos das lembranças
que gorjeiam nos alpendres do espírito
e nos alforjes desconhecidos dos viajantes
cheios de destinos e rumos inacessíveis
Ao conúbio de Adônis
touro de açafrão vieram
e éguas lusas com selas de madrepérolas
Que nenhum leitor (possível ou impassível) diga
(ou pense em dizê-lo) não me entender pois
assim elevará o poema à potência Pound
Era um mago alto e lento
macilento de riso vacilante mas límpido
cerimonioso como um pântano
Ósseo e lento lume do tempo
de seda cambriana
quilha de luz cereal e leme lírico
Entrar na noite, sondar seus danos
púbis dos escombros escandir
e alimentar incêndios noturnos
Que na carne
se reinsculpa o sopro
e do barro das criaturas sobre
ANÁLISE DO POEMA ENTERREM MEUS OLHOS NO AMANHECER