O poema absoluto constitui o leitor. Porque é algo novo no caminho (acidentado) da palavra. O que qualquer leitor relativo faça é seguir passos já dados, repetí-los. (O mesmo se aplica como luva de pelica a poeta relativo).
O ENTERRO DA POESIA
VCA
Na poesia absoluta, distinguimos detidamente a simplicidade da complexidade.
POEMA FAZ-SE COMO A LUZ
Da queda ou da perda
do horizonte se faz o poema
da melancolia da lua também
e de algo de náusea ou réstia de luz
VERBAL MOEDA
ao professor e rei Dom José Rodrigues
Moeda de rumor dorso
do livro habita.
DE SERVENTIA POÉTICA
Perfeitamente, sabe-se que poema VCA serve mais para repelir que atrair leitor. Porém, são poemas com vida e sopro de solidão. Há neles busca doçura e forte nuance de mistério. O mistério da palavra poética é claro em VCA.
LUZ DÚPLICE
O semblante líquido ou não resta.
num retrato esquecido na distância
teu rosto antigo está espalhado na sala
PELO ORCO
Pelo Orco abisso se esgueiram
sombras e sombras de sombras
as pobres sombras dos homens.
LÓGICA FANTÁSTICA (CRÔNICA)
Jamais esquecerão minhas retinas fatigadas
do quando encontrei na rua nova
(indo eu em direção da ponte da Boa Vista
O SILÊNCIO DO CLAUSTRO É BRANCO
Embora inacabada a brancura dos claustros
extasia o ser e afasta e penúria de si.
Alto ou baixo o sol se atira sobre o vasto
ÁPEIRON
O nada existe
existe o nada
existe nada