Escrever é afirmar a solidão, é
reencontrá-la na página
e bebê-la em golpes de lauda
Escrever é afirmar a solidão, é
reencontrá-la na página
e bebê-la em golpes de lauda
Se sou pária? Não, sou ímpar.
Ou pária ímpar.
E Pascal, que topou com o vácuo total
Dobrou o cabo do desespero
(esse nauta sem sentido ou norte)
esperou trovões vãos
Bode expiatório gordo bem assado.
Porco chauvinista na grelha
com pimenta estocástica
O galope da pálpebra e um silêncio úmido
percorrendo o teto das casas do sono
cisnes perambulando na brancura
Aos que querem liquidar o Bolsa-família.
Casebre cinzentos perdido
entre surdos gravetos da caatinga
I
Enquanto Kant arquiteta inocentes metafísicas
em seu vasto tugúrio e íntimo de Knisgberg
Ossuários verdes leve álgebra
de pássaros engendra.
Progresso: abreviatura de lodo e encanto.
Amo seios, sou fissurado neles, em especial seios eretos (esses demônios de carne sublime), sonho com seios, mordo-os no sono, apalpo-os na mente, imagino-me afogado em seios (duros e amáveis, como maçãs vaporosas).
Álgebra de pedra emusgo
canção de cacto e papoula
alma do homem sem comunhão