O desejo nunca morre, nem o poema.
Aprenda geometria lírica
com os instintos urbanos de cimento arquitetado.
O desejo nunca morre, nem o poema.
Aprenda geometria lírica
com os instintos urbanos de cimento arquitetado.
Vive de fantasias o verbo.
E detesta o óbvio.
Das vagas do incógnito, de inúteis nadas
de cifras vazias e teoremas esquálidos
de álgebras destroçadas do abdome do exato
Tudo o que haja
de imerso, excessivo, minucioso
no verso desponte
Se sou pária? Não, sou ímpar.
Ou pária ímpar.
E Pascal, que topou com o vácuo total
Não há oriente mais. Tudo é puído
posto, definido, alienado, ótimo.
A língua da poesia nova não cessa
De que sopro, de que FIAT Deus faz-se?
de fragmentos do fogo veio o homem.
Cavalos frios atropelam o inverno.
Escrever é afirmar a solidão, é
reencontrá-la na página
e bebê-la em golpes de lauda
Ela tinha um sexo aguçado
e o caráter doce como riso
ela assoberbava manhãs
Essa mania, essa anelo artificial de perfeição formal externa, essa arte de relojoaria verbal e ourivesaria rímica, essa performance métrica, esse lavor versificatório todo, tudo é insincero, falha de originalidade, artifícios forçados. Não há fórmulas de naturalidade, já fuzilava, há 70 anos, Tristão de Athaide, o grande pensador católico brasileiro e crítico literário de monta. História do modernismo.