Entre idades arruinadas e barcos desancorados
entre náufragos sustenidos e becos desavisados
entre ídolos indecisos e piras amontoadas
Entre idades arruinadas e barcos desancorados
entre náufragos sustenidos e becos desavisados
entre ídolos indecisos e piras amontoadas
Quero experimentar o crepúsculo dos olhos
(com comoção olhar a íris enferrujando)
a experiência de visão final (nítida)
É patente a dificuldade de entender poesia porque se quer aplicar a isso a mesma lei da prosa.
Depois da fome, o amor. Ou vice-versa?
Fome de amor. Ou amor à fome, o que nos move?
Faminto de amor ou de fome, morre-se de que primeiro?
Ser ou não ser bit
eis a salvação.
Vital Corrêa de Araújo
A prosa, a forma literária ficção, narrativa sobre a vida, o homem, a sociedade, o mundo, diz respeito ao ser, não em si, mas na situação do e com o outro.
Anárquico Narciso acorda
Do sono especulativo!
Não beba com os olhos
Vivo em mim. Inteiramente, vitalmente. Em mim. No ser. Pouco sei (ou sinto muito) do que acontece lá fora. (Além de mim. Mesmo, em si mesmo). E não é evasão. É presença. Eu me presencio. Em mim, é o ser no ser. Não, no sendo, nem no sido.
Venho da tarde, à tarde vou
não descendo da noite longínqua
pétreo belvedere de estrelas tristes.
VCA
A obra de arte literária, vista como uma estrutura, não impõe uma montagem mecânica de determinados elementos previsíveis, de cuja síntese emirja o produto acabado: a obra.